sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Precisa sofrer tanto?

Precisa sofrer tanto?
Amor dói. Todo mundo sabe disso. Dói porque esperar algo de alguém, algo que não está nas suas mãos, sempre dói.
Dói a falta, dói ansiedade, o pensamento, as borboletas (ou em certos casos, besouros) no estômago.
Mas precisa sofrer tanto?
Protege-se com o abrigo, brinca com as chamas e dança na melodia de uma canção triste.
Abraça depois do choro, sorri depois que a solidão passa.
E faz passar.
E faz viver.

Faz a dor se tornar movimento, impacto, atitude.
E correr e dança e brinca e chora.
E faz parar de doer.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

De dentro pra fora.

Livros jogados no chão, poeira em cima de todos os móveis, mofos na parede, lixo espalhado pelo quarto...
É essa correria e essa necessidade de estar sempre em vários lugares ao mesmo tempo que me impede de estar onde eu devo estar. Onde eu quero estar.
Essa sujeira é febril, mas o cansaço é pertinente, constante. Hoje eu só quero dormir na cama bagunçada, encima das roupas, ouvindo cds de rock. Não importa se amanhã a bagunça me esperar: logo sairei de casa não vou mais olhar pra essa desordem. Amanhã, se eu quiser, eu arrumo. Mas por enquanto eu vou ficar parada: olhando os insetos contornarem a luz, tentando despistar o desespero que é sentir o espírito querer gritar e sair e fazer, mas o corpo se sentir fraco e cansado... Inércia.
Hoje os livros vão permanecer sobre o chão...

domingo, 14 de dezembro de 2008

"Year after year,

Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears"



Eu lembro de te dizer isso.
Sua ausência tornou a força do que você me ensinou tão evidente, de uma forma assustadora.
Eu não cresci. Eu continuo com os mesmos medos, apesar de agora não pisar mais no mesmo chão.
Não quero que esteja aqui, porque você já está. Quero que a essência da sua sabedora, da sua amizade, me dê forças para mudar e ser outra pessoa. Mesmo que permaneças ausente, mesmo que eu me ausente de mim mesma, não importa o que aconteça: a essência fica.


De Pink Floyd e de lembranças - Wish you were here.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Desconexões.

Canto as melodias que giram em minha cabeça. Em um lapso de segundo, vejo quase uma vida inteira.
Corre, anda, treme, lembra. Esquece.
Grita, deita, espera, trabalha. Cansa...
Lembra e sonha
Teima e erra
Desiste. Sofre.

Pra quê?

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O nome de três letras.

11 meses.
Nunca havia gostado de alguém durante tanto tempo, de uma forma tão pura, tão intensa.
Nunca tinha me preocupado tanto com alguém e me incomodado tanto com um sofrimento. Nunca tinha visto aquilo antes. Depois percebi que aquilo foi só uma preliminar do que viveria pela frente.
Mais de um ano sem te ver. E mais de 3 sem aquele sorriso estampado no meu rosto de quando eu te via todos os dias. Daquele convívio tão... Estranho.
Ainda me arrependo do que eu te escrevi, e do quanto eu fui criança ao lidar com aquilo. Ok, eu era uma criança, apesar de ter já 14 anos.
Ainda vejo rostos parecidos com o seu pela cidade, e meu espírito ainda vibra quando isso acontece.
Passar na frente do seu bloco deixou de ser o acontecimento mais triste do dia, e passou a ser normal. Engraçado, esse ano eu fui na sua quadra no dia do seu aniversário. E nem pensei o quanto aquilo poderia ser... Normal. Normal não pensar em te ligar. Normal ter você em outro mundo, mesmo sabendo que já fez tanto, tanto pro meu se tornar o que é hoje.
Eu nunca fui te ver na faculdade, nunca te visitei no seu prédio.
Coisas que a gente se arrepende de não ter feito. Por não querer mentir, desobedecer, ou por simplesmente não querer se expor... Medo estúpido.
Eu sei que as pessoas vêm e vão das nossas vidas ("and loves always coming, and loves always go") e que isso é normal. Mas acho que nunca senti tanto falta de alguém da escola como senti a sua, sabe? Mesmo que tenha feito parte do meu cotidiano escolar por pouco tempo.
Pisamos no mesmo chão todos os dias. Víamos sempre as mesmas pessoas. E nada seria sem um disckman e um fone de ouvido tocando Pantera e Helloween e histórias pra contar.
E depois viéram os intervalos regados a músicas novas e confissões. Cabeças encostadas nos ombros, festas tristes. Conversas que duravam um dia inteiro por mensagens de celular (haha, lembro uma vez que estava no mercado com minha mãe e o quanto a irritei por não parar de digitar), a troca de cds, que vinham sempre com uma cartinha, ou um bilhete dentro, escritos no meio da aula; as florezinhas em canudos que você colocionava. =]

É, eu sei... Que agora temos outra vida...
Engraçado que você fez tão parte de mim, e essa é a primeira vez que eu escrevo sobre você.
E sabe o que é mais engraçado ainda? Você nunca vai ler esse texto, e nunca vai saber que ele foi escrito.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

13:13, make a wish

Desculpa, mas eu não sei mais o que desejar.

domingo, 23 de novembro de 2008

Sigo um traço


Sigo um traço do seu desenho, rabisco o seu rosto - perfeito. Não! Não faz isso! Deixe-o aí, intocável. Não deixe sua raiva ou seu amor chegar perto dele. Porque querendo ou não, este desenho não foi feito pelas suas mãos, não é de direito seu modificá-lo. Então apenas o observe. Deixe que ele converse com você.
Mas não chega tão perto, não pegue seu carvão.
Deixe-o aí. Intocável.






Desenho: Capa do disco "Manicômio", do Violins.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Just a smile.


Eu era só uma menina que queria se esquentar do frio, bebendo vodka às 10 da manhã com os amigos. Com seu abraço.
Muitas pulseiras coloridas nos pulsos, anéis de coco. Aquela que não quis usar maquiagem no primeiro encontro. Nem o habitual lápis de olho ou o gloss.
Eu só quis que você me olhasse nos olhos sem artificialismos e mesmo assim os achasse bonitos.
Talvez tivesse acreditado que o meu sorriso era grande demais e que ele poderia me proteger. Talvez eu não estivesse tão errada.

Acho que ainda sou aquela menina procurando o mesmo sorriso e o mesmo calor de quando eu te encontrava. Se for assim, eu não quero crescer...

Introspecção

Não tenho postado aqui com a frequência de que gostaria. E não, isso não me faz feliz.
Mas minha mente tem parecido um vulcão e os textos que eu tenho escrito tem sido devaneios desconexos, impublicáveis, em sua maioria.

Desejem-me sorte. =)

domingo, 2 de novembro de 2008

"Too late to turn back now...

I'm running out of sound
And i am changing, changing
And if we died right now, this fool you love somehow
Is here with you
I won't deny the pain
I won't deny the change
And should i fall from grace here with you
Will you leave me too?
...Will you leave me too?"



Com o tempo os sorrisos se transformam em acenos distantes, em olhares frios tristes, confusos, que lhe cortam a alma. Os pontos finais tornam-se mais raros do que as reticências. Não pela falta de certeza... Mas pelo que foi calado, tirando os mais belos pensamentos e sentimentos da luz e pondo-os à sombra, fazendo com que ela se torne o abrigo, obscuro, triste, frio. Acomoda-se. Já não se sonha mais. Parece não se amar mais. Porém, mesmo que toda essa complexidade de planos, sentimentos, sonhos e intimidades arquivem-se em uma gaveta escura e empoeirada, ou percam-se pelos anos que a vida deixou correr, a mente continuará limpa e quente, radiante, e as recordações sempre serão doces. Ainda que as gavetas permaneçam fechadas, as mãos, já cansadas, estarão inquietas diante do velho papel e as bocas estarão sedentas por um sorriso amado, mesmo que ele esteja em direção oposta, mesmo que as piadas sejam ridículas. Ignora-se a passagem do tempo, a distância, as circunstâncias letais. E mesmo que a memória seja falha, enquanto houver amor e vontade, as mãos mesmo que trêmulas, não se cansarão de escrever, os pensamentos não pararão de lembrar dos sonhos perfeitos, das conversas de madrugada e do som da voz suave. Agora, estando em direção oposta, correr não é fugir. É reencontrar.




O texto entre aspas é da música Galapagos, Smashing Pumpkins.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Ain't it funny...

How we pretend we're still a child?

Eu quero os sorrisos e a sinceridade dos meus amigos pra sempre.
Quero os dias de calor numa piscina, os dias de frio do parque. Uma casinha na árvore.
Quero a alegria de um "bom dia" e um beijo pela manhã e o alívio do final da semana de provas.
Quero a volta das brigas sem sentido, sem motivo, das sérias e inevitáveis.
Quero a força de uma corda de três pontas conosco. Quero o seu choro no meu ombro no banheiro, pegar seu mp3 nos dias de chuva e ler teu livro favorito.
Quero usar tuas palavras, seguir seus gestos, assim como quero que você siga os meus. Quero ter algo em você que você tenha em mim. E quero que isso nunca acabe.
Mesmo quando não há patins sem rodinhas pra andar na lama do parque.
=]

(L)

Tudo é fim

Não seja um clichê.
Seja um louco atormentado de idéias inéditas, incompreensíveis, mas inesperadas, necessárias.
Não diga essas palavras vãs que eles costumam dizer, e não acredite em tudo que eles digam. No final, todas as palavras e conselhos são mentiras. Ninguém olha por dentro de você, ninguém vê o teu caos.
Seja louco. Não permita que eles lhe digam o que fazer, dizer ou sentir.
Porque no fim... Tudo é mentira, tudo é vão.

Tudo é fim...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Inércia.

Vazio constante despedaçando minhas tardes.
Minha cabeça dói, lateja... Então eu guardo meus livros na estante, até que fiquem empoeirados. Falta-me vontade, ânimo para dizer ou fazer qualquer coisa. E antes, minha inércia fosse inútil. Torna-se hoje, inevitável.
Apenas peço para que feche a porta quando sair, e deixe a janela aberta até o anoitecer, antes que o vento frio sopre e dance pelo meu corpo estirado na cama, desprotegido, e faça minha garganta doer. Não me critique por ser assim e não espere mais nada de mim. Nunca deveria ter esperado.

Minha cabeça dói.
E lateja.

Acho melhor parar de escrever.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Efêmeras vontades

Silêncio constante (cortante). Não é que eu não tenha o que falar e nem pra quem... Eu tenho, e tenho muito. Vontade de gritar por aí.
Vontade de despejar a minha alma em um amigo qualquer, numa hora qualquer. Vontade de dizer tudo, TUDO o que eu quero dizer e de tornar as coisas claras, por mais que tornar as coisas claras seja escurecer a vista, sentir o suor frio, as pernas tremerem e o coração querer saltar pela boca.
Mas as pessoas não merecem ouvir. Não que elas não sejam boas o bastante para ouvir minha fraquezas tolas, mas elas não entenderiam, nunca entendem. Ok, as vezes nem eu entendo. Mas isso não importa. Importa sim. Importa a angústia, o medo, a vontade de viver, a coragem.

Vontades. Vontades...

domingo, 5 de outubro de 2008

Humor me before I have to go.

Mas se ao menos uma fagulha de luz saísse dos seus olhos quando me mirassem, poderia te dar a mão e te levar pra qualquer lugar perfeito que você quisesse.
Mas como o fogo que se apaga, a chama dos seus olhos se foi, escurecendo a noite, deixando-a mais fria, mais dolorida.

Sei que não me levará daqui e que não vai me deixar ir contigo pra onde quiseres. Levanto-me, tentando entrar em harmonia com o mesmo vento que apagou as luzes da fogueira, com as lágrimas que roubaram o lugar do sorriso. E sigo no frio, no escuro. Sentindo o vento-gelado-cortante bater no meu rosto até deixar minha visão turva, até finalmente congelar as lágrimas que lavaram meus sonhos.

Sigo sozinha e ando.
Não restou mais nada...





Ouçam Smashing Pumpkins.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Plenitude

Hoje eu quis sentir. Sentir algo que fosse diferente de medo, angústia, solidão. Quis me sentir parte de algo. Andei sozinha, sem rumo, caminhei até onde as nuvens estavam mais cinzas e sentei num banco ao ar, (livre), com esperanças de pegar chuva.
Só queria ficar ali, quieta, sozinha, em meio às árvores, ouvindo a sinfonia das garças e esperando o céu me abençoar com seu choro, ou seu suor. Cantem, garças, gritem o mais alto que puderem.
Assim me sinto serena, parte, plena...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Des-ventura

I remember that.
Eu quis experimentar uma vida nova, desprovida de inocência, achando que ia encontrar com ventura um caminho mais longo, talvez mais belo.
Mas tudo que eu encontrei foi uma estrada tortuosa e cinza.
De todos os dias eu vou me lembrar do quanto era bom e do quanto era ruim estar presa numa escola, rodeada de pessoas estranhas, e aos poucos, os estranhos viraram amigos... Amigos que me salvaram, mais de uma vez.
Muitas vezes.
De todos os dias eu vou me lembrar da gente sentando no chão da sala tentando ver estrelas imaginárias e das coisas que você me disse que mudaram minha vida.
Eu não tenho medo de errar. Nem de consertar. Mas você bem que podia estar aqui pra me ajudar a colar os pedaços que quebraram.

Quero desenhar contigo de novo, e ter dias tristes que se tornaram felizes, só por conta de uma quadra de futebol.


Mas o amor e as chuvas não acabam.
.
.
.


Só entende, quem vai entender.
Desenho: Aninha e Lam.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Time to run.

Quando as paredes parecem te sufocar e te fazer ficar sem fala, quando até mesmo o lugar que teoricamente seria o mais calmo e o mais seguro, é hora de correr.
Correr pra ver se o ar começa a circular pelo corpo, correr pra se sentir vivo. Mesmo que morra de cansaço ao final do percurso, ou que volte com bolhas nos pés.
Correr.
Correr.
Correr...

domingo, 17 de agosto de 2008

Devaneios

Você quer me fazer o favor de sair da minha cabeça?
Não!! Não sai, não.
Eu só não queria lembrar de você e das coisas que você me disse a todo instante, só queria que suas ações não fossem tão importantes e não impactantes pra mim.
Um sorriso seu torna o resto do meu dia feliz, mas uma lágrima me faz desmontar.
Me diz como me livrar de toda agonia de sentir que minha linha de raciocínio está tão torta e torpe quando eu penso em outras coisas, quando eu ando pelo mundo. Me explica porque as palavras fluem tão rápido quando eu falo de ti, e porque elas parecem nem existir quando estou em outros mundos?

Outros mundos. Acho que nunca estive tão perto e tão longe de você. Às vezes parece que a noção tempo-espaço não é tão recíproca assim.

Mas cadê a reciprocidade?
Me diz em que ponto do caminho que fez a gente nunca se cruzar e sempre, quase sempre, quase chegar lá.
Qual foi o ponto que eu me perdi de mim, e você de ti. E eu e você de nós.
Onde esteve a honra e a glória, abaixo de toda culpa ou de toda a dor? A ventura, em meio a tantos devaneios e perdas.

Tudo sempre esteve aí.
Mas fomos nós que fechamos nossos olhos.



[Os textos não são auto-biográficos, não relevam meu estado de espírito nem nada do tipo (pelo menos, não necessariamente o.O). Por favor...]

terça-feira, 5 de agosto de 2008

A dor.

Quando você quiser prender as palavras pra evitar a tristeza, lembre-se que tudo já é triste, e que quando você parar de evitar a dor, ela vai parar de doer, porque ela não quer te prender, só quer contrariar seus desejos.

domingo, 3 de agosto de 2008

Cinza.

A fumaça que me deixa rouca é a mesma fumaça que embaça minha visão, que me faz tropeçar nas pessoas procurando por algo ou alguém perdido. Em todos os cantos, todas as esquinas.
As palavras que você me disse ficaram cravadas e eu não sei mais como tirar esse aperto do meu peito, essa dor da sua alma.
Nem tudo merece ser dito, e por mais que a gente tente fugir, os fatos nos trazem de volta para o ponto de partida, ignorando os atos, as convicções. É chegado o momento em que nada mais importa, só a sua alegria, ou a sua tristeza.
Vou andar sozinha e cantar músicas aos berros de dor, e quando decidir que não quero mais chorar sozinha, encontrarei um amigo que me tirar do lugar, acenderei um cigarro e vou tentar esquecer. O que não dá pra esquecer...

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Burned secrets.

Vou vomitar as palavras que estão presas, travadas na minha garganta.
Vou estilhaçar esse silêncio, preencher esse vazio que você colocou dentro do meu peito.
Vou te encher de doses de absinto até que perca a lucidez. Quem sabe assim seja mais humano... Menos cruel.
Vou destilar o meu veneno e incendiar a sua casa. O fogo vai queimar cada parede, cada móvel, cada papel que guardava seus segredos malditos.
A fumaça que vai subir não vai ter cheiro de dióxido de carbono, vai ter cheiro de vingança, de dor - que você vai sentir.
Mas ao mesmo tempo será leve, branca, transmitindo a pureza, pois tudo de ruim que ali havia foi destruído. Com orgulho.
Não mudo meus olhares de direção. Não quero ver o teu lado e nem tentar te entender. Te deixarem aí sozinho, amarrado, largado no chão como quem não é nada. Como quem não tem nada, nem mesmo a vida.


quarta-feira, 9 de julho de 2008

Trocadilhos

Se "o esforço pra lembrar é a vontade de esquecer", o esforço pra esquecer, também é a vontade de lembrar...

quinta-feira, 3 de julho de 2008

"Love is suicide"

"Love is suicide"
Mas tudo mundo gosta de morrer um pouco.

Morrer lento, com cada pensamento redundantemente mastigado.
Morrer tenso, imaginando a tenra vontade de ter uma vez experimentado passar mais que alguns meros momentos perdidos ao lado do alvo mental.
Morrer parado, inerte a qualquer fardo, alarde; morrer... como quem morre uma, duas, dez vezes só sentindo o gosto da saliva, da boca comida, dos dedos enrugados depois da décima primeira morte.
Morrer leve, como aquele ar que paira colorido ao lado das orelhas, de um lado vermelho, do outro azul. Vermelho impregnado de enxofre, azul com perfume de lavanda celeste.
Morrer ao sentir o cheiro das mãos grandes morenas a deslizar pelas costas brancas e dormir sob o teto de madeira com as luzes apagadas.
Morrer ao som da lembrança... ou ao silêncio da ausência dela.

Lento, tenso, parado, leve, frenético ao pensar e no agir, imaginando, sentindo como se fosse a última vez, todo calor e toda dor que lhe é proporcionada. Dói, treme, aquece. Esquece de tudo, mas permanece. Permanece no morrer, para calar os dedos, cerrar a vontade, sufocar a voz, encerrar qualquer sombra de movimento. Apagar o desconforto, saciar a sede, fechar as portas e mesclar imagem e idéia no sonho de eterno fulgor.

Tira de mim o medo de perder o rumo e põe em mim sua vontade de viver...


Por: Claudia Bittencourt e Amanda Miranda - www.pianosvoadores.blogspot.com

sábado, 28 de junho de 2008

Paradoxos mentais

É estranho como a nossa mente parece um turbilhão, às vezes. Como aqui dentro somos carnaval e inferno ao mesmo tempo e na mesma proporção. Ao mesmo tempo que você diz "Você não vai conseguir, falta tanto, você não é capaz e nunca foi. A vida vai continuar igual.", você responde pra si mesmo: "não. Não é assim, eu vou ser o que eu quiser e não vou desistir por conta das minhas pressões, ou a de outras pessoas. A vida só não muda se eu não quiser."
Ao mesmo tempo que queremos pureza, queremos a maldade, a volúpia. Às vezes essas coisas se unem e formam um emaranhado de sentimentos e sensações indescritíveis...
Morre-se, vive-se, mata-se, dá-se à luz. Ao mesmo tempo.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Um cigarro a mais.

Não vai embora agora, espera mais um cigarro, dança mais uma música, deixa eu tocar pra você...

Você ta sempre com pressa, e no dia seguinte, nunca sei se vou te encontrar. Se vou te ver correndo pelas ruas do seu bairro de manhã, se virá até aqui, ou se eu vou pelo menos ouvir sua voz rouca ao telefone.

Você ta sempre indo e vindo... Vai e volta, no seu balanço infinito, no seu mundo que eu nem sei se faço parte ou não.

Mas fica, pelo menos dessa vez, nem que seja só esse cigarro, só essa música, só essa dança... Ou então até a próxima manhã, a próxima chuva, ou a próxima temporada.

Porque não me importa o tempo. Não importa se são anos ou só um cigarro... Eu só quero te ter por perto.


quinta-feira, 13 de março de 2008

Amor ardente.

Dor latente.

domingo, 2 de março de 2008

Simples e feliz

Eu quero músicas novas, livros novos, amigos, histórias, inspirações e aspirações novas. Quero sentir o cheiro do dia ao amanhecer, quero beijar a minha avó, quero me olhar no espelho e ver que cada parte de mim está viva, mas não intacta. Pelo contrário: quero ver todas as partículas e átomos do meu corpo se movimentarem, gerando energia dentro de mim. Quero construir um meu mundo, e quero fazê-lo girar pro lado contrário ao que todos giram.
Não vou construir castelos de areia nem de pedra - quero cidades de casinhas pequenas, simples e bonitas. Como as casas que desenhamos quando éramos crianças.
Falando nisso, também não quero ver as crianças correndo no quintal: quero ser uma dessas crianças. Daquelas que parecem que nunca vão dormir, que nunca vão chorar, que nunca vão parar de brincar, de sorrir e de correr sem se preocupar com o rumo.
Quero correr pro lado do jardim e do sol, e ao anoitecer, deitar em minha e viver um sono tranquilo, com sonhos bons, com cidades feitas de pequenas casinhas e crianças felizes correndo pelos quintais de flores.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Cansaço.

Ando cansada demais. Cansada de tentar, cansada pra desistir.
De pensar,de sentir...
Não quero mais coisas grandes, não quero mais mudar o mundo, nem minha própria vida.
Cansada demais pra tentar. Triste demais pra desistir.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

parte 2

Nós crescemos. Talvez não nos achamos mais nas letras e livros porque os personagens construídos não foram feitos para nós. Éramos e seremos ainda únicos, cada vez maiores, cada vez menores e mais aquém de um sonho espetacular. Porém, iremos mais além de qualquer nó-cego. Ficaremos a fitar os olhos coloridos, a escutar as músicas que cantávamos ao conversar e até se existir uma chance, publicaremos livros, revistas e cd's com as nossas almas estampadas na capa. Talvez alguém em algum dia, ache seu “eu”, dentro do nosso, para depois desfazer-se e perceber que a nossa grandeza é pequena demais e que o nosso tão recriminado nanismo, é na verdade um excesso de vontade.

Vontade essa que transbordará todas as vezes que nos sentirmos crianças em corpos grandes, ou adultos em corpos pequenos. Perceberemos cada vez mais que essa auto-crítica inversamente proporcional ao nosso ser é cada vez mais complexa, com grafos se formando e mantendo-nos sempre ligados a nós mesmo, em uma catarse de lembranças e emoções que, questionamos até podem ser naturais.

Questionar o tempo que passou por nós é inadequado. Questionaremos os nossos atos, que por serem incertos. Como o mormaço posto após a chuva que foi precedida por um vento cortante e mudou tudo de lugar, enquanto ficamos parados questionando movimentos e sopros dados na nossa própria direção. Quero te soprar a vontade que tenho de ver em olhos coloridos, rumos trilhados e cartas alegres de saudade. Não quero que o vento venha ou vá, quero que faça o que deve ser feito, pois não importa a força do vento, e sim a força que nos faz virar a cabeça para um fenômeno natural e escrever palavras cativantes, que motivem e façam surgir outras histórias de amigos que nunca se perderam. Interligados em pensamento ou atos, incertos, felizes e inquietos, seremos nós mesmos os nossos próprios nós.

By: Pablo Emílio - www.pabloemilio.com.br


parte 1

Eu não sei mais quem eu sou. Vejo minhas coisas, minhas letras e meus livros jogados e não me reconheço mais neles. Eu não sei porque mudei, se foi você que me fez mudar. Não interpreto como antes aquelas mesmas frases, olho minhas fotos de escola e vejo os meus amigos tão distantes deles mesmos... Até o meu sorriso que você tanto gostava mudou. Mas mesmo assim você o nota cada vez mais forte e sereno.

Me pergunto se mudei pelos outros ou por mim mesma. Se eles me moldaram ou se eu me modifiquei por que não cabia mais nas minhas roupas pequenas. Mas eu me sinto grande demais pro que eu era, e pequena demais pra quem eu quero ser.

Mas os teus olhos ainda brilham pra mim como nunca deixaram de brilhar e tua boca ainda me deseja como no primeiro instante, assim como a minha alma ainda quer a tua e minhas mãos ainda procuram teu rosto para beijá-lo.

O tempo foi e a gente ficou. Apesar de não estarmos inertes a ele, ele passou por nós como o vento que precede a chuva: fraco demais pra te derrubar, mas frio e cortante, o suficiente para te fazer movimentar os pés e te tirar do espaço que ocupava, sem se notar ou se importar se seus passos serão para frente ou para trás... Você se abala, e desvia-se.

Me pergunto se ele é tão forte assim e se todos mudaram de lugar como eu. Esse vento às vezes parece me perseguir, fazendo com que eu nunca pare, nunca me adeqúe a lugar algum. Não me deixa andar nem parar.

Penso se será sempre assim, ou se algum dia haverá algum arco-íris que se formará depois da chuva, quando o vento se acalmar.

Ou então se o vento um dia trará seus beijos de volta, se tua boca voltará a encontrar a minha alma e se ela voltará a fitar teus olhos negros. E se eles verão meu sorriso radiante ao te ver...

Se o vento então, voltar a soprar e nos levar pra outro lugar, longe ou perto de onde estivemos antes, se estaremos juntos pra ver o arco-íris se formar, longe da tempestade lá fora... Vendo o sol nascer e outro dia raiar, e outras letras a desenhar, outros livros a desvendar, outros amigos a se reencontrarem... E se seremos mesmos nós...

By: Claudia Bittencourt