sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Precisa sofrer tanto?

Precisa sofrer tanto?
Amor dói. Todo mundo sabe disso. Dói porque esperar algo de alguém, algo que não está nas suas mãos, sempre dói.
Dói a falta, dói ansiedade, o pensamento, as borboletas (ou em certos casos, besouros) no estômago.
Mas precisa sofrer tanto?
Protege-se com o abrigo, brinca com as chamas e dança na melodia de uma canção triste.
Abraça depois do choro, sorri depois que a solidão passa.
E faz passar.
E faz viver.

Faz a dor se tornar movimento, impacto, atitude.
E correr e dança e brinca e chora.
E faz parar de doer.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

De dentro pra fora.

Livros jogados no chão, poeira em cima de todos os móveis, mofos na parede, lixo espalhado pelo quarto...
É essa correria e essa necessidade de estar sempre em vários lugares ao mesmo tempo que me impede de estar onde eu devo estar. Onde eu quero estar.
Essa sujeira é febril, mas o cansaço é pertinente, constante. Hoje eu só quero dormir na cama bagunçada, encima das roupas, ouvindo cds de rock. Não importa se amanhã a bagunça me esperar: logo sairei de casa não vou mais olhar pra essa desordem. Amanhã, se eu quiser, eu arrumo. Mas por enquanto eu vou ficar parada: olhando os insetos contornarem a luz, tentando despistar o desespero que é sentir o espírito querer gritar e sair e fazer, mas o corpo se sentir fraco e cansado... Inércia.
Hoje os livros vão permanecer sobre o chão...

domingo, 14 de dezembro de 2008

"Year after year,

Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears"



Eu lembro de te dizer isso.
Sua ausência tornou a força do que você me ensinou tão evidente, de uma forma assustadora.
Eu não cresci. Eu continuo com os mesmos medos, apesar de agora não pisar mais no mesmo chão.
Não quero que esteja aqui, porque você já está. Quero que a essência da sua sabedora, da sua amizade, me dê forças para mudar e ser outra pessoa. Mesmo que permaneças ausente, mesmo que eu me ausente de mim mesma, não importa o que aconteça: a essência fica.


De Pink Floyd e de lembranças - Wish you were here.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Desconexões.

Canto as melodias que giram em minha cabeça. Em um lapso de segundo, vejo quase uma vida inteira.
Corre, anda, treme, lembra. Esquece.
Grita, deita, espera, trabalha. Cansa...
Lembra e sonha
Teima e erra
Desiste. Sofre.

Pra quê?

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O nome de três letras.

11 meses.
Nunca havia gostado de alguém durante tanto tempo, de uma forma tão pura, tão intensa.
Nunca tinha me preocupado tanto com alguém e me incomodado tanto com um sofrimento. Nunca tinha visto aquilo antes. Depois percebi que aquilo foi só uma preliminar do que viveria pela frente.
Mais de um ano sem te ver. E mais de 3 sem aquele sorriso estampado no meu rosto de quando eu te via todos os dias. Daquele convívio tão... Estranho.
Ainda me arrependo do que eu te escrevi, e do quanto eu fui criança ao lidar com aquilo. Ok, eu era uma criança, apesar de ter já 14 anos.
Ainda vejo rostos parecidos com o seu pela cidade, e meu espírito ainda vibra quando isso acontece.
Passar na frente do seu bloco deixou de ser o acontecimento mais triste do dia, e passou a ser normal. Engraçado, esse ano eu fui na sua quadra no dia do seu aniversário. E nem pensei o quanto aquilo poderia ser... Normal. Normal não pensar em te ligar. Normal ter você em outro mundo, mesmo sabendo que já fez tanto, tanto pro meu se tornar o que é hoje.
Eu nunca fui te ver na faculdade, nunca te visitei no seu prédio.
Coisas que a gente se arrepende de não ter feito. Por não querer mentir, desobedecer, ou por simplesmente não querer se expor... Medo estúpido.
Eu sei que as pessoas vêm e vão das nossas vidas ("and loves always coming, and loves always go") e que isso é normal. Mas acho que nunca senti tanto falta de alguém da escola como senti a sua, sabe? Mesmo que tenha feito parte do meu cotidiano escolar por pouco tempo.
Pisamos no mesmo chão todos os dias. Víamos sempre as mesmas pessoas. E nada seria sem um disckman e um fone de ouvido tocando Pantera e Helloween e histórias pra contar.
E depois viéram os intervalos regados a músicas novas e confissões. Cabeças encostadas nos ombros, festas tristes. Conversas que duravam um dia inteiro por mensagens de celular (haha, lembro uma vez que estava no mercado com minha mãe e o quanto a irritei por não parar de digitar), a troca de cds, que vinham sempre com uma cartinha, ou um bilhete dentro, escritos no meio da aula; as florezinhas em canudos que você colocionava. =]

É, eu sei... Que agora temos outra vida...
Engraçado que você fez tão parte de mim, e essa é a primeira vez que eu escrevo sobre você.
E sabe o que é mais engraçado ainda? Você nunca vai ler esse texto, e nunca vai saber que ele foi escrito.