sábado, 6 de junho de 2009

Caminhos

Eu.
Vestindo a minha calça rasgada, usando meus colares de semente e minhas pulseiras da feira da torre.
Passei meus dias esperando alguém, esperando quem pudesse me ouvir e, quem sabe entender pelo menos uma parte dessa minha vida louca. Dos meus amores fantasiosos, disfarçando dramas com comédias mal boladas. Nem sequer ensaiadas.
Procurei quem pudesse organizar a bagunça dos meus sentidos, dos meus armários, dos meus cabelos e do meu chão. Sem me dar conta de que ninguém pode resolver nada disso, a não ser essa pretenciosa escritora que vos fala.
Eu sei que a gente não caminha sozinho, que há sempre alguém pra te dizer coisas que você precisa ouvir pra ter coragem, pra te emprestar o mp3 quando você precisa ouvir sua música favorita, alguém pra chamar seu ônibus pra você quando está distraído, ou para te abrigar no guarda-chuva. Alguém pra te fazer ver o que você é. Um megafone pra sua voz interior.
Saí de lá com a sensação de estar sozinha, mas pela primeira vez, não me senti triste ou apreensiva por isto. Me senti livre. Como sempre busquei estar ser.

A chuva pode ser péssima quando se tenta fugir dela, mas pode ser perfeita quando se dança cantando. "Sua cliente tá viajando na chuva, olha lá, de braço aberto... parece que tá muito bom".

Sou assim, com meus recortes e letras. Obrigada pelas descobertas.
=)

Um comentário:

Hayet disse...

Espero que não pense que não me importo.
Também fico com uma sensação de desamparo, assim. Faz parte do tempo de aprender a desapegar-se, preparar-se para enfrentar-se só.
Acho pretensão achar que a culpa é minha, mas irresponsabilidade achar que não tenho parte nisso.

Força aí, gata. Ainda estou aqui pra você. Sempre.