
As cores do pôr-do-sol refletidas no chão e nas janelas dos prédios, que abrigam e aprisionam pessoas dentro de si mesmas.
O claro e o escuro brincando de ser triste ou feliz. Mas nenhum ganhou. Pois nem a luz nem a sombra verdadeiramente sabem o que é a alegria ou a tristeza. Eu não sei. Você não sabe.
Me atirei no chão e nos seus braços, na tentativa de ficar sob a penumbra daquele dia marcado. Mas não vi nada. Nem mesmo o vazio. Vazio era a única coisa que não podia sentir. Mas gritava, gritava dentro de mim pela vontade de viver e de trilhar novos rumos e por não conseguir enxergar além das janelas que refletiam a luz.
A luz que está lá mas não aquece. A mesma luz que estourou as minhas fotos da infância.
Mas desta vez eu estava lá, sozinha, com as minhas lembranças...
Foto: Juliana Sousa - http://www.flickr.com/photos/julianasousa