domingo, 17 de janeiro de 2010

Sinestesia

Seus olhos me beijavam e eu quase consegui sentir o cheiro do seu espírito.
Uma vez que ele esteve aqui, jamais quis que ele se fosse. Me fez parte dele, como sou parte de sua casa. Os cabelos, os roxos, os olhos pintados de preto.
Olhos, que abertos observavam o sono tranquilo de quem se sente seguro, mesmo longe de casa. Por um instante, achei que fosse sonho, ouvindo sua voz ao telefone que parecia tocar loucamente.
Um dia fecharei meus olhos, não como quem tem medo do real, mas como alguém que faz dos seus pensamentos mais íntimos, reais. Cotidianos.
O relógio da parede marca 4 horas, mas já escureceu. Nenhum movimento calculado, nenhuma pressa para voltar pra casa.
Enxergou em mim sua melhor parte e me faz beijar seus olhos. Como num primeiro instante, com olhares etílicos e bochechas ruborizadas. Prende o tempo e solte-o, só pra nunca mais querer voltas atrás.
Como num único passo. Pra subir no arco-íris... Como num passe de mágica, tornou-se real.

2 comentários:

Hayet disse...

Queria ver o resto desse texto, aquilo que não foi escrito... Mas o que você selecionou para tornar público deixou uma sensação muito boa. Parabéns por estar tão feliz, orgulhe-se: foi você quem tornou isso tudo possível.

Beijos!

Lucas Cajueiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.