O cheiro afável ficou em sua lembrança. Não se lembrava de mais nada, a não ser das luzes (que faziam a gente ficar cada mais mais bêbados) e das pessoas gritando ao redor daqueles dois loucos. Vivia naquela adrenalina e lembrava das cenas daquela noite como se fosse um sonho.
Meses depois, conversavam sobre como queriam viver suas vidas em um filme em que seriam os atores principais, para poderem se rever em cada momento daquela memória esquecida. O que ficou embaçado. Play. Stop. Pause.
''Não era assim que eu me recordava! Eu não me lembrava de ter dito aquilo!''
''Caracas, que legal, eu não me lembro disso!''
Memórias que pouco importavam aos outros, mas que preciosas para eles, que tentavam, a todo custo, recuperar todos os detalhes daquela festa.
Mas já chega mais uma cerveja, mais um olhar distraído, mais uma história a ser contada.
Logo, esta será esquecida também...
4 comentários:
Belíssimo texto!
As reminiscências de nossa memória que absorve, esquece, relembra, absorve, esquece, relembra... e que não pare até o último lapso de pensamento!
Parabéns pelos escritos ;-)
=)
De fato seus textos estão cada dia melhores. Nada como uma boa inspiração...
Beijos!
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