segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Medidor de humor.

''É muito fácil saber quando você está bravo... Você corre!''

Era, de fato, muito fácil saber como ele se sentia. Bastava olhar para velocímetro de seu carro discretamente vermelho.
A velocidade dos pneus girando eram proporcionais à velocidade de seus pensamentos e de seus desejos imediatos
.
A volta pra casa era sempre rápida, principalmente durante as madrugadas, quando pareciam que as ruas eram só dele. Um dia, chegou a atingir 170 quilômetros por hora!
Sentia o carro trepidar, perdendo a estabilidade... Mas como era bom sentir aquele vento frio no rosto e chegar em casa em apenas 15 minutos!

Nos dias que ele levava sua namorada para casa, o humor mudava. A única coisa que importava era fazer com que as conversas durante o caminho durassem mais. Mais uma risada, mais uma história alegre, mais um cafuné envergonhado no motorista... Naqueles dias, o velocímetro não marcava mais que 80 km/h. A não ser dos dias que a namorada passava mal ao seu lado, o surpreendendo com uma dor-de-barriga-desesperada que o fizesse fazer curvas à 100km/h e ultrapassar o que estivesse à sua frente. Mas quando ela bebia demais, ele tinha o máximo de cuidado para não tornar a viagem pior com movimentos repentinos, nem fazer com que a velocidade trouxesse problemas desagradáveis. Seu máximo era 60km/h.

A hora das discussões também eram momentos tensos. Principalmente para ele, que não buzinava, não gritava, não brigava. O silêncio trazia um constrangimento tamanho àquele casal tagarela. Nesses dias, tudo que eles queriam era que o tempo passasse mais rápido, levando o silêncio embora. A 110km/h, só se ouvia o barrulho do motor.

No dia seguinte de manhã, tinha apenas o rádio como companheiro. Notícias, músicas e 80 km/h para tornar o dia na faculdade mais agradável.
E logo vinha a namorada para fazê-lo correr para fumar...

4 comentários:

Lucas Cajueiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Hayet disse...

Que casal mais doido e bacana esse da história!!!! [2]

Adorei a parte do "carinho envergonhado", dá até pra imaginar as bochechas saltadas por um sorrisinho apertado...
Adorei a forma como o teor dos seus lindos textos foi ficando cada vez mais leves, e o motivo pra isso.

Continue escrevendo, menina, adoro suas produções literárias. Sou sua fã! ;P [2]

Lucas Cajueiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jordana Braz disse...

Que casal mais doido e bacana esse da história!!!! [3]


mto bom mesmo!

=)


Bjo Moça!