espectro-de-sonhos
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Até!
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Feliz Ano Novo!
''Adeus, ano velho! Feliz Ano Novo! Que tudo se realize no ano que vai nascer: muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender!''
2010 foi um ano maravilhoso. Um dos melhores que tive, na verdade. Despeço-me dele como quem se despede de um parente querido, porém distante. Abraço o novo ano feliz, como quem conhece alguém que será seu amigo por muito tempo. Espero a meia-noite como quem espera receber um presente de aniversário, ansiosa para desembalar e ver o que tem dentro. Para sentir todos os cheiros e cores.
Neste ano não faltaram emoções e novidades. Trabalhei pela primeira vez em uma redação de jornal, onde fiz muitos amigos e conheci colegas que deixaram saudades. Comecei a cuidar mais de mim. Fiz caminhadas agradáveis na companhia do Caju. Comi muitas maças :P. Emagreci 15 kg. Me viciei em esmaltes, perfumes e lingeries. Saí demais com meus amigos e comi muita comida japonesa. Fui a shows de rock. Escrevi muito. Conheci o ambiente de trabalho mais divertido do mundo, com pessoas maravilhosas. Viajei, vi a família e dei uns mergulhos. Tive muitas saudades da praia. Descobri que encontrei o amor da minha vida.
No final das contas, eu vivi.
Em 2011 não quero ficar com saudades de 2010, nem desejando que nada seja como foi antes. Quero fazer de cada uma nova aventura, uma nova descoberta.
Que as horas de tédio sejam transformadas em trabalhos e ideias. Que todos os rancores e mágoas se transformem em perdão e esquecimento. Que pensemos menos em nós e mais nos outros. Que sejamos solidários, presentes, amigos. Que sejamos confiáveis e responsáveis.
Que os momentos de dor e de angústia sejam mais um motivo pra renovar a nossa esperança e nossa fé. E, acima de tudo: ''Não vamos mais nos permitir assistir e não viver.''
UM FELIZ ANO NOVO PRA TODO MUNDO!!!!!!!!!!!
Seja bem-vindo, 2011! Traga presentes agradáveis para nós!
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Sobre asfaltos e gente
Enfim, ela se levantou. Ainda sonolenta, se despediu dos amigos que a hospedaram. ''Foi bom te ver! Vamos marcar mais vezes!''. Velho bordão.
Desceu as escadas do prédio sobre pilotis, tão característico de Brasília. Atravessou a rua. E outra. E outra. Seu destino era a W3, onde finalmente chegaria em casa para arrumar as coisas para a aula.
Eram sete horas da manhã. Cruzou então a movimentada avenida, sempre tão cheia de pessoas correndo, mesmo que tão cedo. Parou no canteiro do meio, esperando que o fluxo diminuísse.
''Caralho, que sono!'', pensou. Nenhum carro aparentemente à vista. Os passos leves a levaram até quase o fim da rua. É, até quase. Um carro em alta velocidade veio em sua direção. Acho que ela nem teve tempo de pensar em nada no instante. Seu corpo se jogou para o lado contrário, tentando se proteger. Nem sei se ela conseguiu pensar em alguma coisa, mas, naquele momento, não era ela que tomava as decisões ali. Era seu corpo dizendo ''você não pode morrer''. O carro passou como um furacão, sem voltar atrás do caminho traçado.
Seu rosto lindo foi arranhado violentamente pelo asfalto. Já havia chegado perto da parada, onde pegaria qualquer ônibus que a levasse para a casa, de preferência em segurança.
7h30 da manhã. W3 Sul. Cheio de pessoas correndo para não se atrasar para o trabalho, para a escola. Talvez o causador daquela situação estivesse atrasado também.
A parada de ônibus estava cheia. 5, 10, 15 pessoas olhando nos relógios, ansiosas para pegar suas conduções. Nenhuma delas parou para ajudar. Nenhuma sequer hesitou! Uma menina de 20 anos caída no chão, com sangue no rosto. O rosto branco e lindo, mas ninguém estendeu se quer a mão.
Deveriam estar todos muito atrasados.
Os ônibus ignoravam seu sinal de alerta. ''O que uma garota ensanguentada pode estar querendo aqui?'', devem ter pensado. Alguns minutos depois, sozinha – completamente sozinha, ela conseguiu, finalmente, um transporte que a deixasse em seu destino final. Então ela desceu em seu ponto, em frente a sua casa.
''E se ela tivesse caído para o lado errado?'' ''E se ela estivesse atravessado a rua um milésimo de segundo antes?'' ''E se o carro tivesse a atingido?'' ''E se alguém tivesse a ajudado?'', pensou o amigo em tantas hipóteses absurdas...
Enquanto todos entretidos em seus pensamentos mediocremente fúteis. ''Será que vou perder a chamada do primeiro horário?'' ''Tenho tantas contas a pagar hoje...''.
Vocês não são gente.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Noite escura
Tem no ar algo que eu não sei definir. Hoje deveria estar ensolarado – Vamos escolher o nosso futuro!!!
Minha Mãe se enfeita. Põe brincos sob os cabelos brancos como a neve. Suas pernas sentem seus oitenta e três anos de vida, mas ela tem esperança. Não precisa ir. Mas quer.
Quer ver em seus próximos dias seu país sorrir com a posse da verdade, com a posse do trabalho honrado, com a posse advinda de promessas não vãs...
Mas tem algo no ar...
Talvez o mar esteja com suas ondas brandas... mansas ...tristes ...como eu, inexplicavelmente, estou...
Não ouvi crianças brincando no parquinho ao lado do meu quintal ainda com as gramas molhadas pelo orvalho...
O sol não quis aparecer...
Nenhuma música no ar...
Resolvi ir para as ruas conversar com pessoas, lhes falar do “azul do Céu”, do inferno vermelho. Me vesti de céu... Mas todas estavam tristes como o dia, como a pressentir a possibilidade trágica do inimaginável real.
A tarde acabou - trazendo na noite sem estrelas brilhantes, a dura verdade não sonhada e tão temida. Deus não quis um dia feliz por saber o que traria a noite, para nós brasileiros trabalhadores, lutadores, esperançosos e confiantes em um país melhor...
A noite de 31 de outubro de 2010 trouxe em seu véu a estarrecedora notícia – Venceu a impunidade, a hipocrisia, a mentira, a corrupção.
Morreu em nós, como a noite sem luz, como muitas que hão de vir, o que nos movia. Morreu a nossa esperança. Dilma é Presidente do Brasil !!! È estarrecedor...
Texto por Edila Durval, vulgo, minha mãe :P
domingo, 17 de outubro de 2010
O último poema
Durante aqueles últimos dois minutos, viu um filme com cenas de toda sua vida passar pela sua mente.
Enquanto olhava para o céu vermelho e aquela estrada vazia, a dor era tamanha que já não sabia se queria lutar contra ela, talvez pedir socorro. Teve pressa de morrer.
O canto dos pássaros acompanhou as cenas que se passavam rapidamente, como contínuos flashes sobrepostos. Se viu criança novamente, brincando de esconde-esconde, pescando com os irmãos mais velhos. O primeiro beijo. A primeira vez que tocou no corpo de uma mulher. O primeiro conto que escreveu - sentiu o gosto de cada frase que conseguia visualizar. As primeiras viagens de carro. O primeiro porre de wisk.
Nenhuma música era tão pesada quanto aquelas que tocavam naquele velho rádio de fitas. As guitarras elétricas, os guturais. Nenhum outro dia seria tão bonito para morrer.
Olhou o céu por mais uma vez. Pela última vez.
A última respiração.
O último espasmo.
Este foi o último poema que escreveu.
O único que jamais poderá ser lido.
sábado, 16 de outubro de 2010
Rotina
Cama. Sonhos malucos.
Cansei. Já chegou a sexta-feira?
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Encaixotar lembretes
Por isso não escrevo!
Não dá para guardar tudo sentimentos roupas papéis de carta cds presentes recordações em um mero poema, como se estivesse colocando tudo em uma caixa e acreditar que eles estão sãos e salvos a cada verso.
Não dá!
Ainda que tentasse espremer cada sentido em um livro como se fosse uma mala. Seriam tantas coisa que, mesmo a mala mais espaçosa do mundo não suportaria.
Nem mesmo uma fotografia, que dizem ter mais que mil palavras poderia explicar. Porque nenhuma dessas palavras explicariam o que elas realmente são
Nem que fosse a fotografia mais velha
Ou a palavra mais moderna
Prefiro não escrever.