quarta-feira, 16 de julho de 2008

Burned secrets.

Vou vomitar as palavras que estão presas, travadas na minha garganta.
Vou estilhaçar esse silêncio, preencher esse vazio que você colocou dentro do meu peito.
Vou te encher de doses de absinto até que perca a lucidez. Quem sabe assim seja mais humano... Menos cruel.
Vou destilar o meu veneno e incendiar a sua casa. O fogo vai queimar cada parede, cada móvel, cada papel que guardava seus segredos malditos.
A fumaça que vai subir não vai ter cheiro de dióxido de carbono, vai ter cheiro de vingança, de dor - que você vai sentir.
Mas ao mesmo tempo será leve, branca, transmitindo a pureza, pois tudo de ruim que ali havia foi destruído. Com orgulho.
Não mudo meus olhares de direção. Não quero ver o teu lado e nem tentar te entender. Te deixarem aí sozinho, amarrado, largado no chão como quem não é nada. Como quem não tem nada, nem mesmo a vida.


quarta-feira, 9 de julho de 2008

Trocadilhos

Se "o esforço pra lembrar é a vontade de esquecer", o esforço pra esquecer, também é a vontade de lembrar...

quinta-feira, 3 de julho de 2008

"Love is suicide"

"Love is suicide"
Mas tudo mundo gosta de morrer um pouco.

Morrer lento, com cada pensamento redundantemente mastigado.
Morrer tenso, imaginando a tenra vontade de ter uma vez experimentado passar mais que alguns meros momentos perdidos ao lado do alvo mental.
Morrer parado, inerte a qualquer fardo, alarde; morrer... como quem morre uma, duas, dez vezes só sentindo o gosto da saliva, da boca comida, dos dedos enrugados depois da décima primeira morte.
Morrer leve, como aquele ar que paira colorido ao lado das orelhas, de um lado vermelho, do outro azul. Vermelho impregnado de enxofre, azul com perfume de lavanda celeste.
Morrer ao sentir o cheiro das mãos grandes morenas a deslizar pelas costas brancas e dormir sob o teto de madeira com as luzes apagadas.
Morrer ao som da lembrança... ou ao silêncio da ausência dela.

Lento, tenso, parado, leve, frenético ao pensar e no agir, imaginando, sentindo como se fosse a última vez, todo calor e toda dor que lhe é proporcionada. Dói, treme, aquece. Esquece de tudo, mas permanece. Permanece no morrer, para calar os dedos, cerrar a vontade, sufocar a voz, encerrar qualquer sombra de movimento. Apagar o desconforto, saciar a sede, fechar as portas e mesclar imagem e idéia no sonho de eterno fulgor.

Tira de mim o medo de perder o rumo e põe em mim sua vontade de viver...


Por: Claudia Bittencourt e Amanda Miranda - www.pianosvoadores.blogspot.com